Páginas

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Coletivo Casa Preta promove movimentos culturais que valorizam a origem afro




Neste mês de março o Coletivo Casa Preta em parceria com outras instituições, projetos e coletivos como o Terra Vibra, Cosp Tinta Crew, Traumas Vídeo, Veg Casa, Dudu do Skate, Centro de Referência da Assistência Social (Cras), Núcleo de Resistência Periférica (NRP), Crew UBI-Zulu Bambaataa, entre outros, estão oferecendo à comunidade belenense uma vasta programação cultural. Entre os eventos estão a oficina de Dança Afro, as festas  "Bambas Dicanudos - Samba de Rua", "Rap Life - Festa da Cultura Hip-Hop" e o 3º Mutirão de Graffiti com direito a Batalha de Mcs e oficina de Tranças-afro.

De acordo com um dos coordenadores do Coletivo Casa Preta, Anderson de Sousa, mais conhecido como Don Perna, a instituição é um braço da Rede Mocambos no Pará. A Mocambos é formada por negras e negros de âmbito nacional que se conectam por meio das tecnologias da    informação com comunidades quilombolas rurais e urbanas.

O seu objetivo é buscar parcerias para de forma colaborativa e coletiva reunir diferentes programas, projetos e ações voltados para o desenvolvimento humano, social, econômico, cultural e ambiental, preservando o patrimônio histórico-memória dessas comunidades.

O Coletivo Casa Preta fica localizado em uma residência no bairro do Canudos na qual produtores, músicos, arte-educadores, entre outros, se reúnem com um aglomerado de crianças e jovens, em sua maioria negros e negras, que formam um grupo em movimento que trabalha com diversas áreas envolvendo a tecnologia e a ancestralidade. Sempre desenvolvendo a identidade negra e a auto-estima. "Nós queremos propagar os segmentos do afro-universo, uma celebração que lida com 'afrofuturismo' e aborda a música e a comunicação. Estabelecendo dessa forma um contato direto com espaços fechados e a rua", disse o coordenador Don Perna. Guiné Ribeiro e Lamartine Silva também são coordenadores do Casa Preta.

O coletivo é formado por várias pessoas que buscam o respeito, reconhecimento e a disseminação da cultura afro brasileira. São paulistas, maranhenses, paraenses, enfim, brasileiros que não se consideram apenas brasileiros, mas também africanos. "Acho que um projeto social contribui quando ele fomenta esses tipos de ações de valorização e mudança de uma realidade. Eu não gosto de usar a palavra voluntariado. Esse trabalho que nós realizamos não é aquele no qual se reserva apenas 2% do dia a dia para fazer alguma coisa por uma comunidade carente. Não é esse o objetivo do coletivo. Aqui a gente trabalha em cooperação com vários outros projetos. Tentamos, por meio de ações culturais, melhorar e fazer com que as pessoas se descubram, descubram as suas origens", ressalta o Don Perna.  

"Estou aqui para ajudar a disseminar a nossa cultura", afirma a educadora paulista Regina Santos que vai ministrar a oficina Livre de Dança Afro que começa hoje (29).
"Trabalhamos com os valores, com a nossa cultura e ancestralidade. Construímos processos colaborativos e coletivos. Essas ações vão fazer com que os meninos e meninas que participam dos eventos oferecidas pela Casa Preta, conheçam e valorizem a sua cultura afro", opina Don Perna.

Um dos focos do coletivo é aliar a tecnologia e a ancestralidade. Por isso, os colaboradores da entidade trabalham com a empresa-projeto Negoocio Soluções em Tecnologia da Informação. Cujo trabalho é fornecer recursos para que as pessoas usem a internet, produzindo resultados com praticidade e consistência. "Por meio da internet você pode comunicar, trocar informações, registrar as suas manifestações culturais; pode ter visibilidade na sua comunidade.
Pode fazer um documentário com uma pessoa que não teve acesso a escola, que não sabe escrever, mas domina a cultura oral", exemplificou Don Perna. 

Além dos eventos culturais o Coletivo Casa Preta promove oficinas permanentes como as de construção de instrumentos e toques de percussão. Toda a produção desta oficina contribui para o projeto Afro Bloco Firme. Quem desejar conhecer melhor o coletivo pode entrar em contato com os seus coordenadores no endereço Roso Danin, 780, no bairro do Canudos ou ligar para os fones (91) 3274-1014/ 8107-3715 / 8141-2491 / 8310-4591.

Serviço:
Oficina Livre Dança Afro
Datas: 29/2 (quarta), 1/3 (quinta) e 2/3 (sexta)
Hora:19h às 21h
Local: Escola Brigadeiro Fontenelle (Rua São Domingos. Bairro da Terra Firme).
Realização: Coletivo Casa Preta e Projeto Terra Vibra


Festa "Bambas Dicanudos Samba na Rua" - Discotecagem Temática: Samba de Raiz, Samba canção, Samba de Mesa, Samba de Partido Alto. Uso de vinil
Data: 7 de março (quarta)
Hora: A partir das 18h
Local: Boteco do Kleber (Rua Roso Danin, entre 2º de Que Luz e Juvenal. Bairro do Canudos).
Realização: Coletivo Casa Preta


3º Mutirão de Graffiti com o Coletivo Cosp Tinta - Oficinas de Tranças-Afro, Graffiti, Batalha de Mc's (com discotecagem da música negra)
Data:31 de março (sábado)
Hora: 9h até às 17h
Local: Ponto de encontro: Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) (Rua Parabor, 354. Bairro da Guanabara, em Ananindeua)
Realização: Cosp Tinta Crew Apoio: Casa Preta, Traumas Video, Veg Casa, Dudu do Skate, Cras, NRP


Oficinas Permanentes:
Projeto Afro Bloco Firme:
Construção de instrumentos - todos os sábados, sempre as 15h.
Local: Casa Preta- Roso Danin, 780-Canudos
Toques de Percussão - todas as terças e quintas, as 18h.
Local: Poló São Pedro (Rua São Pedro. Bairro da Terra Firme)
Contatos: (91) 3274-1014/ 8107-3715 / 8141-2491 / 8310-4591.

Nenhum comentário:

Postar um comentário